Leia: Enquanto é maio
Durante quatro ou cinco meses por ano, o Rio é uma cidade
desesperadamente infernal, com o seu calor. E eis que de repente os
termômetros se comportam e o céu azula e o ar se limpa e se
purifica, o mar lava as suas ondas, as árvores pintam de luz o verde
das suas folhas e tudo se adoça, dentro e fora dos seres humanos.
E me inquieto e quisera ser ubíqua e onipresente, pois não posso
sair daqui, nem um minuto, e perder o Rio, nos seus dias de maio. E
Petrópolis, ali, junto, está um delírio de beleza. Teresópolis, Friburgo,
Penedo, Itatiaia, São Paulo, Caraguatatuba, Parati e Vila bela hão de
estar igualmente esplendorosas. E que diremos de Salvador e Recife,
quem sabe se até Brasília? Pois é maio em todas elas. O que
sobremaneira nos inquieta, pois já não será possível festejar o
acontecimento em todas essas latitudes.
E vos escrevo, vigiando a paisagem pelas janelas abertas, pois não
sei se ficará muito tempo assim à minha espera. E tenho remorsos de
ir ao cinema e teatro, pois é um privilégio assistir a tais espetáculos
em maio, mas uma tristeza perder um minuto que seja de maio, do
lado de fora deles.
E é mister reunir os amigos e amar mais do que nunca os bem-
amados e agradecer – ah, não voz esqueçais – aos vossos deuses,
não importa quais sejam, o breve, o precário, o maravilhoso
privilégio de estardes vivos e sãos e alegres, em maio.
Elsie Lessa. “A Dama da Noite”, p. 164, Livraria José Olympio Editora,
Rio de Janeiro, 1963.
Questão 1 – O texto lido é: *
1 ponto
a) um conto
b) uma crônica
c) uma reportagem
d) um artigo de opinião
Me ajudem por favor
Durante quatro ou cinco meses por ano, o Rio é uma cidade
desesperadamente infernal, com o seu calor. E eis que de repente os
termômetros se comportam e o céu azula e o ar se limpa e se
purifica, o mar lava as suas ondas, as árvores pintam de luz o verde
das suas folhas e tudo se adoça, dentro e fora dos seres humanos.
E me inquieto e quisera ser ubíqua e onipresente, pois não posso
sair daqui, nem um minuto, e perder o Rio, nos seus dias de maio. E
Petrópolis, ali, junto, está um delírio de beleza. Teresópolis, Friburgo,
Penedo, Itatiaia, São Paulo, Caraguatatuba, Parati e Vila bela hão de
estar igualmente esplendorosas. E que diremos de Salvador e Recife,
quem sabe se até Brasília? Pois é maio em todas elas. O que
sobremaneira nos inquieta, pois já não será possível festejar o
acontecimento em todas essas latitudes.
E vos escrevo, vigiando a paisagem pelas janelas abertas, pois não
sei se ficará muito tempo assim à minha espera. E tenho remorsos de
ir ao cinema e teatro, pois é um privilégio assistir a tais espetáculos
em maio, mas uma tristeza perder um minuto que seja de maio, do
lado de fora deles.
E é mister reunir os amigos e amar mais do que nunca os bem-
amados e agradecer – ah, não voz esqueçais – aos vossos deuses,
não importa quais sejam, o breve, o precário, o maravilhoso
privilégio de estardes vivos e sãos e alegres, em maio.
Elsie Lessa. “A Dama da Noite”, p. 164, Livraria José Olympio Editora,
Rio de Janeiro, 1963.
Questão 1 – O texto lido é: *
1 ponto
a) um conto
b) uma crônica
c) uma reportagem
d) um artigo de opinião
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