Ajudem-me 1. Você costuma ler poemas? Quais poetas você conhec...

Ajudem-me 1. Você costuma ler poemas? Quais poetas você conhece?
2. Você já ouviu falar de Fernando Pessoa? Conhece algum poema dele?
3. O que pode ser assunto de um poema? Amor, natureza, reflexões sobre temas sociais e
universais?

Você vai ler agora um poema de Fernando Pessoa, considerado um dos maiores poetas
de língua portuguesa. Pessoa é celebrado não só por seu talento, mas por ter inventado
heterônimos, ou seja, poetas-personagens, que tinham nome e personalidade próprios. O
poema que leremos a seguir é de um desses poetas-personagens.
Durante a leitura, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto em
que elas aparecem. Se for preciso, consulte o dicionário.

Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,

Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

CAMPOS. Álvaro de. Poema em linha reta. In: PESSOA, Fernando. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 1969. P. 418-419.

1. Após a leitura do poema, reflita sobre estas questões.

a) Qual é o principal assunto do texto?
b) Como o eu poético se apresenta?

2. Releia os dois versos iniciais.

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

Com esses versos, sobre o que o eu poético se propõe a refletir?

3. Analise o título do poema. Qual é a relação entre o que eu poético expressa no poema e
o significado de linha reta?
4. Para o poeta, as pessoas reais, de carne e osso, com suas qualidades e suas falhas, seus
acertos e erros, seriam mais adequadamente associadas a qual forma geométrica em vez
de uma linha reta?

1 Resposta

Juhbs

1 ninguém acredita quando o mentiroso fala a verdade

2 não, porque não se deve brincar com coisa séria

3 essa pergunta é pessoal

4 essa pergunta é pessoal

5 a mentira não é algo simples, pode prejudicar alguém e trazer consequências

6 fraude, falsidade e engano

Espero ter lhe ajudado

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